19 de ago. de 2016

Comidas de Orixás



Acarajé



Comida Preferida de Yansã
PREPARO: 1 hora e 40 minutosFritura: 30 minutosRendimento: 25 acarajés
INGREDIENTES- 500g de feijão fradinho- 3 cebolas médias raladas- 1 colher (sopa) de sal- 1 garrafa de azeite-de-dendê
MOLHO- 500g de camarão seco torrado e moído- 2 pimentas malaguetas- 1 cebola ralada- 1 colher (sopa) de coentro fresco bem batido- 2 xícaras (chá) de azeite-de-dendê
PREPARO1. De véspera, deixe o feijão de molho em água fria.Retire o olhinho preto e o resto da pele e triture-o.2. Tempere com a cebola ralada e o sal. Bata muitobem, com uma colher de pau, até obter um creme deboa consistência.3. Misture bem todos os ingredientes do molho e leveao fogo baixo, deixando por cerca de 10 minutos.Cuidado para não deixar o azeite-de-dendê queimar.4. Frite a massa às colheradas, no azeite-de-dendêbem quente, deixando dourar os dois lados. Em seguida,sirva quente, abrindo os acarajés com uma faca erecheando-os com o molho



FAROFA DE FEIJÃO
Comida do Guerreiro Ogum
Cozinha-se o feijão com água e sal, tendo o cuidado de mexer, para conservar os caroços inteiros. Escorre-se na peneira. Numa frigideira derrete-se o toucinho, com rodelas de cebola. Quando a cebola estiver tostando joga-se a farinha de mandioca para torrar e por ultimo o feijão, misturando tudo. Pode-se colocar pimenta com moderação.



MANJAR BRANCO
INGREDIENTES 1 lata de leite condensado1 lata de leite de coco2 latas de leite de vaca 3 colheres de sopa de maizena
PREPARO Misture tudo e leve ao fogo mexendo sempre até ver o fundo da panela. Forme um mingau firme. Despeje num prato pirex, molhado e faça uma calda de ameixas e coloque por cima do manjar. Sirva gelado.



FAROFA DE CARNE SECA
Comida Preferida do baianos e/ou boiadeiro
INGREDIENTES 350 g de carne secaAzeite de dendê1 cebola grande, picada1 dente de alho esmagado2 xícaras (chá) de farinha de mandioca torrada (300 g)1 maço pequeno de coentro picado2 pimentas vermelhas picadas
PREPARO Deixe a carne seca de molho por uma noite Troque a água e afervente-a por 40 minutos em panela de pressãoDeixe esfriar e desfie a carneNuma panela de tamanho médio, aqueça o azeite-de-dendê e doure a cebolaAcrescente o alho e a carne seca, deixando por alguns minutos para que a carne absorva bem o sabor dos temperos .Junte a farinha, mexa bem e retire do fogo .Acrescente o coentro e a pimenta, misture e sirva.



COMIDAS DE SANTO VARIEDADES

EXÚ - Farofa - Dendê e Pinga.
OGUN - Feijão Preto com Cebola ( macundê ).
OXOSSI - Milho e Coco.
OSSAIN - Feijão Preto com Mel e Coco.
OBALUAIÊ - Pipocas.
XANGÔ - Quiabo ( Ajobô ).
OXUMARÊ - Batata Doce ou Amendoim Cozido com Casca e Mel.
OXUN - Ovos Cozidos, Camarões, Milho e Coco.
IANSà- Acarajés.
NANà- Folha de Mostarda com Arroz.
OBÁ - Divide com Xangô o Quiabo ( Amalá ).
EWÁ - Frutas.
IROCO - Verduras e Cebola.
IEMANJÁ - Arroz com Mel e Manjar Branco.
OXALÁ - Arroz Branco - Inhame Pilado e Cozido.



COMIDA PARA EXU
Material Necessário: Farinha, Azeite-de-Dendê, Mel de Abelha, Milho Branco, Figado, Coração e Bofe de Boi, Cebola, Camarão Seco Socado, Um Oberó
Maneira de Preparar:Mi-Ami-Mi : É a farofa amarela ( farinha misturada com Azeite-de-Dendê ).
Padê Branco : É a farofa de Mel ( farinha de mandioca misturada com mel de Abelha ).


Acaçá Branco: O acaçá feito de milho branco de canjica, moído e enrolado na folha da bananeira depois de cozido.Eram: Figado, coração e bofe de boi, cortados em pedaços muídos, misturados com Azeite-de-Dendê, camarão seco socado e cebolas cortadas em rodelas, num oberó



COMIDA PARA OGUN
Material NecessárioInhame, Azeite-de-Dendê, Mel de AbelhaManeira de Fazer:Frita-se o inhame na brasa. Depois disso, descansa-se e tempera-se no Azeite-de-Dendê e o mel de abelhas.
ERAN O Eran de Ogún é feito com miúdos de boi, cortados bem pequenos e cozidos no Azeite-de-Dendê. Depois, eles são passados num refogado de cebola ralada e estão prontos.
EFUN - Farofa de mel - mistura-se a farinha de mandioca com mel de abelhas e pronto. Pode-se colocar num Oberó, nos pés de Ogun, ou nas estradas, pedindo a Ogun que adoce os seus caminhos e suas estrada



COMIDA DE OMOLU E OBALUAYIÊ
Doburu(* pipoca ) ou milho vermelho, Areia da praiaManeira de Fazer:Numa panela quente com areia da praia, estourar o milho e está pronto o doburu.



Outras Comidas:
Material Necessário: Feijão Preto, Cebola, 1/2 K de Camarão Seco, Azeite-de-dendeManeira de Fazer:Cozinha-se o feijão preto, só em água, e depois refoga-se cebola ralada, camarão seco e Azeite-de-Dendê



COMIDA PARA OSANYIN
Material NecessárioBatata-doce, Cebola, Azeite-de-Dendê, 1 Oberó
Maneira de Fazer: Cozinha-se a batata-doce só em água. Depois, descança-se e amassa-se feito purê. Ai, mistura-se num refogado de cebola ralada com Azeite-de-Dendê, e coloca-se tudo num oberó.



COMIDA PARA OXUN OMOLOKUN
Material NecessárioFeijão Fradinho, Cebola, Camarão Seco Socado, Azeite-de-Dendê, 08 Ovos Cozidos
Maneira de Fazer: Cozinha-se o feijão fradinho só em água. Em seguida, tempera-se num refogado de cebola ralada com camarão seco socado de dendê. Coloca-se em uma tigela e enfeita-se por cima com 8 ovos, descascados

COMIDA PARA YEMANJÁEJÁ
DIBÓ
Material NecessárioCanjica Cozida, Azeite Doce, Camarão Seco Socado, Cebola Ralada
Maneira de Fazer: Cozinha-se a canjica, tempera-se com azeite doce, camarão seco socado e cebola ralada.

COMIDA PARA YASÁN ACARAJÉ
Material Necessário:Feijão Fradinho, Camarão Seco Socado, Cebola, Azeite-de-Dendê
Maneira de FazerColoca-se o feijão fradinho de molho em água, para descansá-lo cru. Depois, moesse o feijão e mistura-se com a cebola ralada, camarão seco socado e deixa-se a massa descansar, coberta por um pano ou uma pedra de carvão no meio. Depois, bate-se bem a massa para dar ponto, e fritam-se bolos tirados com a colher, no Azeite-de-Dendê bem quente


COMIDA PARA OBÁ
Material Necessário: Feijão Fradinho, Cebola, Camarão Seco Socado, Azeite-de-Dendê, Farinha de Mandioca, 01 Oberó
Maneira de FazerCozinha-se o feijão em água. Depois, mistura-se num refogado de cebola raladas, camarão seco socado, Azeite-de-Dendê e água. por cima, adiciona-se farinha de mandioca, fazendo um pirão e coloca-se num oberó.
Nota: Conta-se que ibá é a dona do amor e quando se quer solucionar uma questão de amor, oferece-se uma comida desta na beira do lago, com muitas velas e flores.



COMIDA PARA ANAMBURUCU DAMBORÔ
Material Necessário: Folha de Taioba ou Mostarda, Cebola Ralada, Camarão Seco Socado, Azeite-de-Dendê
Maneira de Fazer: Cozinha-se bem a folha de taioba ou mostarda,e em seguida tempera-se num refogado de cebola ralada, camarão seco socado e Azeite-de-Dendê.



COMIDA PARA SHANGÔ AGEBÔ ou AGEGBÔ
Material Necessário: 12 Quiabos, 1 Litro de Mel, Azeite-de-Dendê, Água, Carne de Peito
Maneira de Fazer: Cortam-se os quiabos em pedacinhos bem pequenos, depois tempera-se com cebola ralada, camarão seco socado e azeite-de-Dendê. Cozinha-se bastante e depois mistura-se com rabada, ou carne de peito cozidos, cortadas em pedacinhos.



COMIDA DE CABOCLO



de Oliva, Carne Crua, 01 Travessa de Barro
Maneira de FazerFaz-se uma salada de alface, com uma farofa d'água ou de mel, carne crua e azeite de oliva por cima, coloca-se tudo numa travessa de barro.Outras Comidas:Abóbora moranga, assada na brasa, com mel de abelha.Aipim ou mandioca, assado na brasa, com mel de abelha.
Ebô ( canjica ) com fumo de rolo desfiado e côco.Mingau de milho vermelho com côco e fumo de rolo.Milho vermelho com côco e fumo de rolo desfiado. Amendoim cozido em água, com mel de abelhas.Vinho branco, moscatel e cachaça.
EBO COMIDA DE OXALÁ ) Comidas rituais são as comidas específicas de cada Orixá, que para serem preparadas são submetidas a um verdadeiro ritual. Esses alimentos depois de prontos são oferecidos aos Orixás acompanhados de rezas e cantigas, durante a festa ou no final, em grande parte são distribuídas para todos os presentes, são chamadas comida de axé pois acredita-se que o Orixá aceitou a oferenda e impregnou de axé as mesmas.
Eis então algumas das principais comidas:
Acarajé – é a comida ritual do Orixá Iansã. Oacarajé é feito com feijão-frade, que deve ser partido num moinho em pedaços grandes e colocado de molho em água para soltar a casca, após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal. O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa. Quando a massa estiver no ponto ela fica com a aparência de espuma, para fritar use uma panela funda com bastante azeite de dendê.
Ado – é uma Comida ritual feita de milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê e mel, é oferecido principalmente ao Orixá Oxum.
Amalá – é comida ritual do Orixá Xangô. É feito com quiabo cortado, cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce, pode ser feito de várias maneiras. É oferecido numa gamela forrada com massa de acaçá.
Axoxô – é comida ritual do Orixá Oxóssi, É a comida mais comum de Oxóssi. Cozinha-se milho vermelho somente em água, depois coloca-se em um algdá e enfeita -se por cima com fatias de coco ( pode-se cozinhar junto com o milho, um pouco de amendoim). Oferecer quente.

Deburu – é a comida ritual do Orixá Obaluaiyê , é o milho de pipoca estourado numa panela com areia . Depois de peneirar a areia essa pipoca é colocada num alguidar ou tigela (de barro) e enfeitado com pedacinhos de coco.
Ekuru – é uma comida ritual de diversosOrixás, a massa é preparada da mesma forma que a massa do acarajé , feijão-frade sem casca triturado, envolta em folhas de bananeira como oacaçá e cozido no vapor.
Omolocum – comida ritual da Orixá Oxum , é feito com feijão-frade cozido, refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce. Enfeitado com camarões inteiros e ovos cozidos inteiros sem casca, normalmente são colocados 5 ovos ou 8 ovos, mas essa quantidade pode mudar de acordo com a obrigação do candomblé.
Abará – é um dos pratos da culinária baiana e como o acarajé também faz parte da comida ritual do candomblé . A preparação da massa é idêntica à do acarajé. Quando comida ritual, coloca-se um pouco de pó de camarão e quando da culinária baiana coloca-se camarões secos previamente escaldados para tirar o sal, que pode ser moído junto com o feijão e depois colocar alguns inteiros. Essa massa deve ser envolvida em pequenos pedaços de folha de bananeira semelhante ao processo usado para fazer o acaçá e deve ser cozido no vapor em banho-maria; é servido na própria folha.
Acaçá – é uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana . Feito com milho branco ou milho vermelho, que após ficar de molho em água de um dia para o outro, deve ser moído num moinho formando uma massa que deverá ser cozida numa panela com água, sem parar de mexer, até ficar no ponto. O ponto de cozedura pode ser visto quando a massa não dissolve se pingada num copo com água. Ainda quente essa massa deve ser embrulhada em pequenas porções, em folha de bananeira previamente limpa, passada no fogo e cortada em tamanho igual para que todos fiquem do mesmo tamanho. Coloca-se a folha na palma da mão esquerda e coloca-se a massa, com o dedo polegar dobra-se a primeira ponta da folha sobre a massa, dobra-se a outra ponta cruzando por cima e virando para baixo, faz o mesmo do outro lado. O formato que vai ficar é de uma pirâmide rectangular.
Caruru – É uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana. É preparado com quiabo cortado em quatro de comprido e depois em rodelas, cebola ralada ou batida no processador, pó de camarão, sal, azeite de dendê, castanha-de-caju torrada e moída, amendoim torrado sem casca e moído. Preparação: Numa panela coloque azeite de dendê, a cebola e o sal, refogue um pouco, em seguida coloque o quiabo cortado, colocar um pouco de água e deixar cozinhar, quando estiver cozido colocar aos poucos a castanha e o amendoim acrescentando um pouco mais de dendê, depois de pronto é colocado numa gamela.
Efó – é uma comida ritual e da culinária baiana , pode ser feita com a folha chamada língua de vaca ou com folha de mostarda. Preparação: Meio quilo de camarão seco, descascado. Pimenta-malagueta em pó. Meio dente de alho. Uma cebola. Uma pitada de coentro. Um maço de língua-de-vaca (ou taioba, ou bertalha, ou espinafre, ou mostarda). Primeiro, ferve-se a língua-de-vaca, escorre-se numa peneira, estende-se na tábua e bate-se bem com a faca, até ficar uniforme. Enxuga-se e estende-se na peneira para secar toda a água. Cozinha-se no azeite-de-dendê puro, temperado com tudo o resto. A panela fica tapada, para suar. Come-se com arroz. Nanã, rainha das águas doces, quando escolhe, pede um bom efó de língua-de-vaca.Tendo como contexto principal a terra e os seus frutos, os Iorubás basicamente subsistiam pela colheita do inhame (isu), milho (àgbado), feijão(ewa), quiabo (ilá) e mandioca (paki). São estes os elementos principais que encontramos até hoje nas comidas que são confeccionadas para os Orixás noCandomblé. A comida é assim claramente também mais uma tradição que foi trazida de África pelos escravos e que foi mantida no culto do Candomblé. A preocupação com o comer é uma constante na vida do ser humano, transformando-se, quase sempre, na sua ocupação principal. A sorte, a ajuda, os pedidos para uma boa colheita, boa caça, um bom trabalho, etc. fizeram também sempre parte das preocupações, e como forma de agradar aos Orixás a comida era “partilhada”, no sentido em que os Orixás também comiam do mesmo tipo de comidas, e desta integração surge a força, a base para os pedidos, para agradecimentos – as comidas dos Orixás – ONGE BILE – as chamadas comidas secas. São estas as comidas que são hoje em dia dadas em oferenda aos Orixás, fazendo parte de maioria dos rituais nos quais se invoca a sua presença, a sua participação ou ajuda. Desde os simples Ebós e Oferendas até aos mais complexos rituais de Iniciação, a comida é sempre uma parte muito importante. Os ingredientes que a compõem, a forma como é confeccionada, tudo tem o seu preceito próprio, e assim, uma determinada comida, que contém determinados elementos energéticos, é apropriada para este ou para aquele Orixá especificamente. Entenda-se que o Orixá não come “fisicamente”, mas alimenta-se, isso sim, da energia e da vibração da comida que lhe é oferendada, porque esta integra determinados elementos que se coadunam com a sua própria energia, com o seu campo vibratório e características naturais. Abaixo encontra alguns exemplos das comidas que são oferendadas e também a forma cuidada como são apresentadas nas entregas.


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4 de jul. de 2015

Orixá da cabeça

ORIXÁ DA COROA
O Orixá de cabeça é a manifestação da nossa essência primitiva contida em nosso interior, essa energia cósmica irradia o nosso caminho espiritual, nos doando qualidades e atributos necessários para a nossa evolução, ou mesmo absorvendo os excessos. Localização do ponto de força de recepção energética: No alto da cabeça ( Coronário).
ORIXÁ DE FRENTE
Também exerce uma forte influência para o nosso caminho material, nos doando qualidades e atribuições necessárias para a nossa vida física presente, ou mesmo absorvendo os excessos. Localização do ponto de força de recepção energética: Entre as sombrancelhas ( Frontal) no meio da testa, o 3º olho.
ORIXÁ JUNTÓ
OBS: a palavra juntó, é um designativo regional e foi adjudicada do termo adjunto, que quer dizer: junto; auxílio; do lado.
É o conjunto de forças do Orixá de cabeça, auxilia-nos com suas qualidades e atributos, contribuindo para o aprendizado das verdades divinas, adquiridos em vidas passadas, bem como ao equilíbrio dos erros cometidos, afim de nos reequilibrarmos no presente para a nossa evolução.
Localização do ponto de força de recepção energética: por toda extensão da nuca.
ORIXÁ DA DIREITA
è aquele que irradia com suas qualidades e atributos, a nossa direita, ou seja, o nosso consciente, o pólo positivo e as virtudes humanas ( absorvendo os excessos ou irradiando a falta).
O lado direito do nosso cérebro físico e do cérebro espiritual, comanda o nosso emocional refletindo o nosso "Eu positivo" ou seja, o do bom caminho, o da justiça, o da vereda certa ou vida verdadeira, é o lado que reflete as nossas "virtudes", o lado da realidade, da espiritualidade maior e dos que vem com Deus, cumprindo-lhe as Leis. Localização do ponto de força de recepção energética: Na região acima da orelha direita.
ORIXÁ DA ESQUERDA
É aquele que irradia com suas qualidades e atributos a nossa esquerda, ou seja, o nosso inconsciente, o pólo negativo, os defeitos humanos ( absorvendo os excessos ou mantendo o equilíbrio).
O lado esquerdo do nosso cérebro físico e do cérebro espiritual, comanda o nosso racional, refletindo o nosso "Eu negativo", ou seja, as injustiças, a inércia, o mau caminho, as incertesas, a vida ilusória. É o lado que reflete os nossos "defeitos"; o lado das ilusões, é dos que estão vivendo para o mundo e desejando o muito sem Deus. Localização do ponto de força de recepção energética: Na região acima da orelha esquerda.
Isso não significa que os Orixás, comandam as nossas virtudes ou os nossos defeitos, mas sim, que Eles estão a postos, afim de nos auxiliar absorvendo os excessos ou irradiando a falta daquilo que nos é importante em nossa jornada evolutiva.
A cada encarnação, de acordo com a nossa necessidade, os Orixás de coroa, frente, juntó, direita e esquerda, podem ser trocados, estimulando, renovando, paralisando, direcionando e etc., aquilo que está nos faltando ou está em excesso em nossas vidas. Quando temos a certeza dos Orixás que fazem parte da nossa formação, seremos sabedores das nossas virtudes, defeitos, falhas e excessos, para efetuarmos com sucesso a nossa Reforma Íntima.
Se conhecermos as regências da pessoa, é possível fazer uma análise e prever como será a personalidade dela, a maneira de como encara a vida e seus relacionamentos, através dos Orixás que a regem. Muito Axé.

Mãe Menininha do Gantois


   Maria Escolástica da Conceição Nazaré (Salvador, Bahia, 10 de fevereiro de 1894 - 13 de agosto de 1986) , conhecida como Mãe Menininha do Gantois, foi uma Iyálorixá (mãe-de-santo) brasileira, filha de Oxum.
Nasceu em 1894, no dia de Santa Escolástica, na Rua da Assembléia, entre a Rua do Tira Chapéu e a Rua da Ajuda, no Centro Histórico de Salvador, tendo como pais Joaquim e Maria da Glória. Descendente de escravos africanos, ainda criança foi escolhida para ser Iyálorixá do terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê, fundado em 1849 por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré, cujos pais eram originários de Agbeokuta, sudoeste da Nigéria.
Foi apelidada Menininha, talvez por seu aspecto franzino. “Não sei quem pôs em mim o nome de Menininha… Minha infância não tem muito o que contar… Agora, dançava o candomblé com todos desde os seis anos”.
Foi iniciada no culto dos orixás de Keto aos 8 anos de idade por sua tia-avó e madrinha de batismo, Pulchéria Maria da Conceição (Mãe Pulchéria), chamada Kekerê - em referência à sua posição hierárquica, Iyá kekerê (Mãe pequena). Menininha seria sua sucessora na função de Iyalorixá do Gantois. Com a morte repentina de Mãe Pulchéria, em 1918, o processo de sucessão foi acelerado. Por um curto período, enquanto a jovem se preparava para assumir o cargo, sua mãe biológica, Maria da Glória Nazareth, permaneceu à frente do Gantois.
Foi a quarta Iyálorixá do Terreiro do Gantois e a mais famosa de todas as Iyálorixá brasileiras. Sucessora de sua mãe, Maria da Glória Nazareth, foi sucedida por sua filha, Mãe Cleusa Millet. "Minha avó, minha tia e os chefes da casa diziam que eu tinha que servir. Eu não podia dizer que não, mas tinha um medo horroroso da missão (...): passar a vida inteira ouvindo relatos de aflições e ter que ficar calada, guardar tudo para mim, procurar a meditação dos encantados para acabar com o sofrimento."
O terreiro, que inicialmente funcionava na Barroquinha, na zona central de Salvador, foi posteriormente, transferido para o bairro da Federação onde hoje é o Ilê Axé Iyá Nassô Oká, na Avenida Vasco da Gama, do qual Maria Júlia da Conceição Nazaré sua avó também fazia parte. Com o falecimento da iyalorixá da Casa Branca Iyá Nassô, sucedeu Iyá Marcelina da Silva Oba Tossi. Após a morte desta, Maria Júlia da Conceição e Maria Júlia Figueiredo, disputaram a chefia do candomblé, cabendo à Maria Júlia Figueiredo que era a substituta legal (Iyakekerê) tomar a posse como Mãe do Terreiro. Maria Júlia da Conceição afastou-se com as demais dissidentes e fundaram outra Ilé Axé, o (Terreiro do Gantois), instalando-se em terreno arrendado aos Gantois - família de traficantes de escravos e proprietários de terras de origem belga - pelo cônjuge de Maria Júlia, o negro alforriado Francisco Nazareth de Eta.Situado num lugar alto e cercado por um bosque, o local de difícil acesso era bem conveniente numa época em que o candomblé era perseguido pelas forças da ordem. Geralmente, os rituais terminavam subitamente com a chegada da polícia.
Em 1922, através do jogo de búzios, os orixás Oxóssi, Xangô, Oxum e Obaluaiyê confirmaram a escolha de Menininha, então com 28 anos. Em 18 de fevereiro daquele ano, ela assume definitivamente o terreiro. "Quando os orixás me escolheram eu não recusei, mas balancei muito para aceitar", contava.
A partir da década de 1930, a perseguição ao candomblé vai arrefecendo, mas uma Lei de Jogos e Costumes, condicionava a realização de rituais à autorização policial, além de limitar o horário de término dos cultos às 22 horas. Mãe Menininha foi uma das principais articuladoras do término das restrições e proibições. "Isso é uma tradição ancestral, doutor", ponderava a iyalorixá diante do chefe da Delegacia de Jogos e Costumes. "Venha dar uma olhadinha o senhor também."
Mãe Menininha abriu as portas do Gantois aos brancos e católicos - uma abertura que, em muitos terreiros, ainda é vista com certo estranhamento. Mas afinal, a Lei de Jogos e Costumes foi extinta em meados dos anos 1970. "Como um bispo progressista na Igreja Católica, Menininha modernizou o candomblé sem permitir que ele se transformasse num espetáculo para turistas", analisa o professor Cid Teixeira, da Universidade Federal da Bahia.
Nunca deixou de assistir à missa e até convenceu os bispos da Bahia a permitir a entrada nas igrejas de mulheres, inclusive ela, vestidas com as roupas tradicionais do candomblé.
Aos 29 anos, Menininha casou-se com o advogado Álvaro MacDowell de Oliveira, descendente de escoceses. Com ele teve duas filhas, Cleusa e Carmem. “Meu marido, quando me conheceu, sabia que eu era do candomblé… A gente viveu em paz porque ele passou a gostar de Candomblé. Mas, quando fui feita Iyalorixá, passamos a morar separados. No meu terreiro, eu e minhas filhas. Marido não. Elas nasceram aqui mesmo”.
Em uma entrevista à revista IstoÉ, mãe Carmem conta que ela adorava assistir telenovelas, sendo que uma de suas preferidas teria sido Selva de Pedra.7 Era colecionadora de peças de porcelana, louça e de cristais, que guardava muito zelo. Não bebia Coca-Cola, pois certa vez lhe disseram que a bebida servia para desentupir os ralos de pias, e ela temia que a ingestão da bebida fizesse efeito análogo em si.
Mãe Menininha do Gantois faleceu em Salvador em 1986 de causas naturais, aos 92 anos de idade.

11 de jun. de 2015

As plantas dos Orixás



Ògún
Mariwô Folha de palmeira de dendê
Ìróko Folha-de-loko
Pepé Malmequer bravo
Teterégún Canela-de-macaco
Monam Parietária
Aferê Mutamba
Piperégún Nativo
Obô Rama de leite
Eregê Erva-tostão, graminha
Ibin Folha-de-bicho
Afoman Erva-de-passarinho
Omun Bredo
Orin-rin Alfavaquinha
Odun-dun Folha-da-costa (saião)
Teté Bredo sem espinhos
Já Capeba
Anó-peipa Cipó-chumbo

Odé
Teté - Bredo sem espinhos
Orin-rin - Alfavaquinha
Odun-dun - Folha-da-costa
Jacomijé - Jarrinha
Irekê-omin - Dandá do brejo
Piperégún - Nativo
Junçá - Espada de Ògún
Ìróko - Folha de loko
Mariwô - Folha de dendezêiro
Irum-perlêmin - Capim cabeludo
Akoko
Fitiba - Cana-fita
Monam - Parietária

Òsányín
Ganucô - Língua de galinha
Obô - Rama de leite
Aferé - Mutamba
Tolu-tolu - Papinho-de-peru
Monam - Parietária
Jamin - Cajá
Bala - Taioba
Teterégún - Canela-de-macaco
Timim - Folha de neve branca, cana-do-brejo
Pepé - Malmequer bravo
Mariwô - Folha de dendezeiro
Awô-pupa - Cipó-chumbo
Junçá - Espada de Ògún
Piperégún - Nativo
Arê-agê - Tostão
Simim-simim - Vassourinha
Afoman - Erva-de-passarinho
Omim - Alfavaquinha
Teté - Bredo sem espinho
Odum-dum - Folha-da-Costa

Òsùmàrè
Ìróko - Folha de Ìróko
Monan - Parietária, brotozinho
Bala - Taioba
Jamin - Cajá
Aberê-ejó - Pente de Òsúmarè
Aferê - Mutamba
Obô - Rama de leite
Exibatá - Golfo redondo do monam
Jacomijé - Jarrinha
Tinim - Folha da neve branca, cana-de-brejo
Peculé - Mariazinha
Tolu-tolu - Papinho-de-peru

Sòngó
Teté - Bredo sem espinhos
Orin-rin - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha da costa
Jacomijé - Jarrinha
Bamba - Folha de mibamba
Alapá - Folha de capitão
Pepê - Folha de loko
Oicô - Folha de caruru
Xerê-obá - Chocalho de xangô
Oxé-obá - Birreiro
Monan - Parietária
Aferé - Mutamba
Obô - Rama de Leite
Odidí - Bico-de-papagaio
Obaya - Beti-cheiroso - macho ou fêmea

Oyá
Teté - Bredo sem espinho
Orim-rim - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha-da-costa
Jacomijé - Jarrinha
Afomam - Erva-de-passarinho
Abauba - Folha de imbaúba
Tepola - Pega pinto
Eregê - Erva-tostão
Já - Capeba
Obayá - Beti-cheiroso
Piperégún - Nativo
Ìróko - Folha de loko
Pepé - Malmequer
Teterégún - Canela-de-macaco
Junça - Espada de Ògún
Adimum-ade-run - Folha de fogo
Obe-cemi-oia - Espada de Oyámésèèsán rosa
Monan - Parietária
Bala - Taioba
Jamim - Cajá
Aferé - Mutamba
Gunoco - Língua-de-galinha
Obô - Rama de leite

Òsún
Teté - Bredo sem espinhos
Orim-rim - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha da costa
Efim - Malva branca
Omim - Beldroega
Já - Capeba
Ìróko - Folha de loko
Pepe - Malmequer branco
Teterégún - Canela de macaco
Monan - Parietária
Jamin - Cajá
Tolu-tolu - Papinho de peru
Aferé - Mutamba
Eim-dum-dum - Folha da fortuna
Obô - Rama de leite
Omin-ojú - Golfo branco
Ilerin - Folha de vintém

Yemonjà
Teté - Bredo sem espinhos
Orim-rim - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha da costa
Efim - Malva branca
Omin-ojú - Golfo branco
Jacomijé - Jarrinha
Ibin - Folha de bicho
Já - Capeba
Obaya - Beti-cheiroso
Ìróko - Folha de loko
Tinin - Folha de neve branca, cana-do-brejo
Ereximominpala - Golfo de baronesa
Teterégún - Canela de macaco
Monam - Parietária
Jamim - Cajá
Obô - Rama de leite

Obàlúwàiyé
Monam Parietária - brotozinho
Bala - Taioba
Jamim - Cajá
Aferé - Mutamba
Obó - Rama de leite
Exibatá - Ovo redondo de monãn
Jakomijé - Jarrinha
Afoxian - Erva de passarinho
Já - Capeba
Turin - Folha de neve branca
Pekulé - Mariazinha
Tolu-tolu - Papinho de peru

Nàná
Teté - Bredo sem espinhos
Orim-rim - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha da costa
Exibatá - Golfo redondo de manam
Jacomijé - Jarrinha
Afoman - Erva de passarinho
Já - Capeba
Timim - Folha de neve branca, cana-do-brejo
Peculé - Parioba
Bala - Taioba
Jamim - Cajá
Aferé - Mutamba
Obô - Rama de leite

Òòsààlà
Teté - Bredo sem espinhos
Orim-rim - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha-da-costa
Ibim - Folha de bicho
Efim - Malva branca
Ilerim - Folha de vintém
Omim - Beldroega
Omim-ojú - Golfo branco
Jacomijé - Jarrinha
Tinin - Folha de neve branca, cana-do-brejo
Pachorô - Folha da costa branca
Monam - Parietária
Peculé - Parioba
Bala - Taioba
Jamim - Cajá
Ori-dum-dum - Folha da fortuna
Aferê - Mutamba
Obô - Rama de leite
Omim-ibá-ojú - Folha de leite

ERVAS PERTENCENTES A TODOS OS ORIXAS

Guine,orô, alevante, dinheiro em penca, fortuna

ERVAS DO OGUM

Cevada, aipo,rosa de São Jorge, caruru,aroeira, escadinha do ceu,pata de vaca, rabo de galo, beldroega, espada de São Jorge, açoita cavalo,alfafa, quebra tudo, quina do mato, lança de São Jorge, barbatimão, losna, douradinha do campo, comigo ninguém pode, aguapé, arruda, cipó cabeludo, palma de São Jorge, jurubeba, mariô, romã(fh), araçá(fh), coqueiro(fh). flecha-de-ogum, cinco-folhas, jurupitã (folhas), jurubeba (folhas), musgo (marinho), ipê, sabugueiro, erva-de-coelho.

ERVAS DE XANGÔ

Trevo, quebra-pedra, erva de Xangô, agrião,caruru, quebra-tudo, quiabo(fh), mangerona, romã(fh), bananeira(fh), fios de pedra, ipê(fh), marapuama, eucalípto(fh), pata de vaca, verbena,arruda, alecrim do mato,goiaba(fh), alfavacão, manga(fh), limão(fh), coqueiro(fh), cambuim, cedro rosa, erva-lírio, café (folhas), saião (folhas), erva- de-são-joão, abre-caminho, quebra-mandinga, , ruibarbo, louro, aperta-ruã, maria-nera, erva-moira, maria-preta, erva-de-bicho.

ERVA DA OXUM

Mangericão, lírios, amor perfeito, sândalos, poejo, alecrim, alfazema, jasmim, melão(fh),, salvia, violeta, rosa amarela, junco, abóbora(fh),mimo de vênus, moranga(fh),hortelã, moranguinho(fh), arroz(fh), tamareira(fh), avenca, tomate(fh), couve, funcho, trevo, verbena, vetiver, simaruba, guiné, camomila,

erva-doce, marrequinha, arruda, erva-cidreira, samambaia, oriri da Oxum, aguapé, plantas aquáticas, lágrimas de Nossa Senhora

ERVAS DE IEMANJÁ

Alfazema, hortelã azul, onda do mar(vermelha e a verde),jasmim, junco, malva cheirosa, cipó ouro, violeta,, verbena, amor perfeito, imbuarama, vetiver, alecrim,erva da lua, açucena, palmas, bambú, marrequinha do banhado, aniz ,aguapé

ERVAS DE OXALÁ

Alcega, alecrim, jasmim, trigo(fh),,lírio, arnica, araruta, rosa d'agua, copo de leite(flor e folha), hortelã,poejo, junco, erva-cidreira, trevo, guiné, girasol(sementes), mangericão, mariô, boldo(tapete de Oxalá), coqueiro(fh), limoeiro(fh), arruda, arnica, laranja-da-terra (folhas), vassoura-branca, erva-de-oxalá, erva-quaresma., levante, bambu (folhas),

ERVAS DE IANSÃ

Alecrim, alfazema, amor perfeito, romã(fh), avenca, batata doce(fh), moranga(fh), moranguinho(fh), suspiro, mangericão,jasmim, erva de loiá, abóbora(fh), espada de Sta Catarina, pitangueira(fh), imbuarama, erva-de-sta-luzia, espada-de-sta-bárbara,

ERVAS DE OXOSSE

Picão-do-mato, cipó-caboclo, barba-de-milho, mil-folhas, funcho, fava-de-quebranto, gervão-roxo, tamarindo (folhas), alecrim-do-mato, boldo, malvarisco, sete-sangrias, unha-de-vaca, azedinha, chapéu-de-couro, grama-barbante


9 de jun. de 2015

Origens


Em 1830, algumas mulheres negras originárias de Ketu, na Nigéria, e pertencentes a irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, reuniram-se para estabelecer uma forma de culto que preservasse as tradições africanas aqui, no Brasil.Segundo documentos históricos da época, esta reunião aconteceu na antiga Ladeira do Bercô; hoje, Rua Visconde de Itaparica, próximo a Igreja da Barroquinha na cidade de São Salvador – Estado da Bahia.
Desta reunião, que era formada por várias mulheres, como foi relatado anteriormente, uma mulher ajudada por Baba-Asiká, um ilustre africano da época, se destacou:
– Íyànàssó Kalá ou Oká, cujo o òrúnkó no orixá era Íyàmagbó-Olódùmarè.
Mas, o motivo principal desta reunião era estabelecer um culto africanista no Brasil, pois viram essas mulheres, que se alguma coisa não fosse feita aos seus irmãos negros e descendentes, nada teriam para preservar o “culto de orixá”, já que os negros que aqui chegavam eram batizados na Igreja Católica e obrigados a praticarem assim a religião católica.
Porém, como praticar um culto de origem tribal, numa terra distante de sua ìyá ìlú àiyé èmí, ou a mãe pátria terra da vida, como era chamada a África, pelos antigos africanos?
Primeiro, tentaram fazer uma fusão de várias mitologias, dogmas e liturgias africanas. Este culto, no Brasil, teria que ser similar ao culto praticado na África, em que o principal quesito para se ingressar em seus mistérios seria a iniciação. Enquanto na África a iniciação é feita muitas vezes em plena floresta, no Brasil foi estabelecida uma mini-África, ou seja, a casa de culto teria todos os orixás africanos juntos. Ao contrário da África, onde cada orixá está ligado a uma aldeia, ou cidade; por exemplo: Xangô em Oyó, Oxum em Ijexá e Ijebu e assim por diante.
Mas, por que esse culto foi denominado de Candomblé?
Este culto da forma como é aqui praticado e chamado de Candomblé, não existe na África. O que existe lá é o que se chama de culto ao orixá, ou seja, cada região africana cultua um orixá e só inicia elegun ou pessoa daquele orixá. Portanto, a palavra Candomblé foi uma forma de denominar as reuniões feitas pelos escravos, para cultuar seus deuses, porque também era comum chamar de Candomblé toda festa ou reunião de negros no Brasil. Por esse motivo, antigos Babalorixás e Yalorixás evitavam chamar o “culto dos orixás” de Candomblé. Eles não queriam com isso serem confundidos com estas festas. Mas, com o passar do tempo a palavra Candomblé foi aceita e passou a definir um conjunto de cultos vindo de diversas regiões africanas.
A palavra Candomblé possui 2 (dois) significados entre os pesquisadores: Candomblé seria uma modificação fonética de “Candonbé”, um tipo de atabaque usado pelos negros de Angola; ou ainda, viria de “Candonbidé”, que quer dizer “ato de louvar, pedir por alguém ou por alguma coisa”.
Como forma complementar de culto, a palavra Candomblé passou a definir o modelo de cada tribo ou região africana, conforme a seguir:
Candomblé da Nação Ketu
Candomblé da Nação Jeje
Candomblé da Nação Angola
Candomblé da Nação Congo
Candomblé da Nação Muxicongo
A palavra “Nação” entra aí não para definir uma nação política, pois Nação Jeje não existia em termos políticos. O que é chamado de Nação Jeje é o Candomblé formado pelos povos vindos da região do Dahomé e formado pelos povos Mahin.
Os grupos que falavam a língua yorubá entre eles os de Oyó, Abeokutá, Ijexá, Ebá e Benin vieram constituir uma forma de culto denominada de Candomblé da Nação Ketu.
Ketu era uma cidade igual as demais, mas no Brasil passou a designar o culto de Candomblé da Nação Ketu ou Alaketu.

Esses yorubás, quando guerrearam com os povos Jejes e perderam a batalha, se tornaram escravos desses povos, sendo posteriormente vendidos ao Brasil.
Quando os yorubás chegaram naquela região sofridos e maltratados, foram chamados pelos fons de ànagô, que quer dizer na língua fon, “piolhentos, sujos” entre outras coisas. A palavra com o tempo se modificou e ficou nàgó e passou a ser aceita pelos povos yorubás no Brasil, para definir as suas origens e uma forma de culto. Na verdade, não existe nenhuma nação política denominada nagô.
No Brasil, a palavra nàgó passou a denominar os Candomblés também de Xamba da região norte, mais conhecido como Xangô do Nordeste.
Os Candomblés da Bahia e do Rio de Janeiro passaram a ser chamados de Nação Ketu com raízes yorubás.
Porém, existem variações de Nações, por exemplo, Candomblé da Nação Efan e Candomblé da Nação Ijexá. Efan é uma cidade da região de Ijexá próxima a Osobô e ao rio Oxum. Ijexá não é uma nação política. Ijexá é o nome dado às pessoas que nascem ou vivem na região de Ilexá.
O que caracteriza a Nação Ijexá no Brasil é a posição que desfruta Oxum como a rainha dessa nação.
Da mesma forma como existe uma variação no Ketu, há também no Jeje, como por exemplo, Jeje Mahin. Mahin era uma tribo que existia próximo à cidade de Ketu.
Os Candomblés da Nação Angola e Congo foram desenvolvidos no Brasil com a chegada desses africanos vindos de Angola e Congo.
A partir de Maria Neném e depois os Candomblés de Mansu Bunduquemqué do falecido Bernardino Bate-folha e Bam Dan Guaíne muitas formas surgiram seguindo tradições de cidades como Casanje, Munjolo, Cabinda, Muxicongo e outras.
Nesse estudo sobre Nações de Candomblé, poderia relatar sobre outras formas de Candomblé, como por exemplo, Nagô-vodun que é uma fusão de costumes yorubás e Jeje, e o Alaketu de sua atual dirigente Olga de Alaketu.
O Alaketu não é uma nação específica, mas sim uma Nação yorubá com a origem na mesma região de Ketu, cuja história no Brasil soma-se mais de 350 (trezentos e cinqüenta) anos ao tempo dos ancestrais da casa: Otampé, Ojaró e Odé Akobí.
A verdade é que o culto nigeriano de orixá, chamado de Candomblé no Brasil, foi organizado por mulheres para mulheres. Antigamente, nas primeiras casas de Candomblé, os homens não entravam na roda de dança para os orixás. Mesmo os que tornavam-se Babalorixás tinham uma conduta diferente quanto a roda de dança. Desta forma, a participação dos homens era puramente circunstancial. Daí ter-se que se inserir no culto vários cargos para homens, como por exemplo, os cargos de ogans.
Hoje, a palavra Candomblé define no Brasil o que chamamos de culto afro-brasileiro, ou seja: “Uma Cultura Africana em Solo Brasileiro”.