

O Brasil recebeu cerca de 37% de todos os escravos que foram trazidos para a América. A maioria vieram da África Austral e são conhecidos geopoliticamente como Bantus. Bantu é um grupo etnolingüístico que se espalhou rapidamente desde a atual região de Camarões em direção ao sul, atingindo tanto o litoral oeste quanto o leste da África. Como esta expansão foi recente, as diferentes nações Banta têm muitos aspectos étnico-culturais, lingüísticos e genéticos em comum, apesar da grande área pela qual se espalharam. Os Bantus trazidos para o Brasil vieram das regiões que atualmente são os países de Angola, República do Congo, República Democrática do Congo, Moçambique e Tanzânia. Esses povoaram massivamente o estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais e a zona da mata do Nordeste.
Na segunda fase do genocídio dos povos africanos nas Américas, vieram para o Brasil os Iorubás identificados como Nagôs, os que falavam ou entendiam a língua dos Irorubás, o que inclui as etnias do Ketu, Egbá, Egbado e Sabé; Os Jejes, que inclui as etnias de Fon; Ashanti; Ewé; Fanti e Mina entre outros e os Malês, que são povos do oeste africano, na maior parte falantes da língua haúça, que segue o islã. Muitos desses falam e escrevem o corão e usam os caracteres árabe para escrever em Haúça.Além dos Haúças, outras etnias islamizadas trazidas ao Brasil foram os Mandingas, Fulas, Tapas, Bornu e Gurunsi.
Cada época da História do Brasil tem diferentes portos importantes de embarque de africanos para o Brasil, portanto, a origem étnica desses é muito variada ao longo dos séculos desse genocídio. Ao mesmo tempo, cada ciclo econômico (açúcar no nordeste, ouro em Minas Gerais e café no Rio de Janeiro) fazia com que uma região diferente do Brasil demandasse mais africanos do que as outras. Assim temos; séculos XVI e XVII; portos do Senegal e Gâmbia enviaram trabalhadores negros da região do oeste-africano (negros da Guiné) e enviaram esses trabalhadores principalmente para Salvador e Recife; séculos XVIII: Portos de Mina, Uidá, Calabar, Cabinda, Luanda e Zanzibar enviaram africanos que eram desembarcados no Rio de Janeiro e Salvador e de onde a maior parte iam para a Minas Gerais; século XIX: dos portos de Quiloa; Ibó; Lourenço Marques e Inhambane os africanos desembarcavam em Salvador e Rio de Janeiro e de lá, a maior parte seguiam para as plantações de café no vale do Paraíba do Sul e cana-de-açúcar no norte fluminense.
Na primeira metade do século XIX, em que ocorreu o apogeu do tráfico de escravos para o Brasil, os nativos do oeste-africano iam principalmente para Salvador, enquanto os dos centro-oeste e leste-africano iam para o Rio de Janeiro. A razão é simplesmente a distância menor entre portos de embarque e desembarque, deste modo, os grandes grupos étnicos acabaram predominando em alguns locais como os Bantos no Rio de Janeiro e os do oeste-africanos na Bahia e norte do Brasil. Durante os século XVII e XVII, os negros e mulatos foram a grande maioria da população brasileira.
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